quarta-feira, 6 de abril de 2011

Instintos

Quantas vezes foi embebedado por uma vontade que vai contra seu comportamento moral? Quantas vezes deixou levar-se pela força propulsora do seu eu mais intimo? Isso mesmo meu querido leitor, quantas vezes foi levado pelo frenesi de seus instintos?

Podemos chamar essa vontade de necessidade? Vontade qual domina nosso aspecto mental com desejo e mais desejo fazendo esquecer de nossos preceitos, moral e muitas vezes, surpreendentemente, nos levando ao encontro de uma grande satisfação pessoal.

Acredito que nossas vontades surgem para abrir nossos olhos, pois em minha concepção, nem mesmo instintos são por acaso.

Quando enlouquecidos por uma vontade qual distorce a percepção de nossos sentimentos ficando atada aos nossos desejos mais íntimos é porque devemos experiência-la. Afinal, por mais que neguemos que não temos sede, como iremos saciar a vontade de beber. Além disso, a experiência dessa vontade revela-nos uma concepção de realidade qual não havíamos percebido.

Analisemos nosso comportamento, nossas vontades. Quando satisfazemos nossos desejos e ao mesmo tempo choramos, provavelmente é por que algo nos perturba. Cabe a nós desvendar a causa. Uma analise permite que lidemos de forma mais adequada com nossas necessidades.

“De acordo com Freud todo instinto tem quatro componentes: uma fonte, uma finalidade, uma pressão e um objetivo. A fonte é quando emerge uma necessidade, podendo ser uma parte ou todo corpo. A finalidade é reduzir essa necessidade até que nenhuma ação seja mais necessária, é dar ao organismo a satisfação que ele deseja no momento. A pressão é a quantidade de energia ou força que é usada para satisfazer o instinto e é determinada pela intensidade ou urgência da necessidade subjacente. O objeto de um instinto é qualquer coisa, ação ou expressão que permite a satisfação da finalidade original.”

Se realmente deseja algo deve fazê-lo, mas antes de pensar se isso vai prejudicar as pessoas, devemos perguntar se vai prejudicar a nós mesmos.

Como diz meu amigo Renan, somos criaturas feitas pra viver nesse mundo - como revela o famoso ditado - "vivendo e aprendendo", seja acertando logo de cara ou errando e se restabelecendo. Portanto nada de sentir-se culpado por satisfazer suas vontades.

Todos nós possuímos instintos assim como todos os animais, mas não é a moral que nos diferencia dos mesmos? Encontrar um meio termo entre ambos é algo complicado e trabalhoso. Quando ambos trabalham juntos, realmente é algo primoroso.

Acredito que antes de seguirmos os instintos, como disse anteriormente, devêssemos pensar mais e entender os porquês. Como nossa mente trabalha ao nosso favor e contra, quando mastigamos melhor os pensamentos criamos a verdadeira liberdade de fazer o que quisermos desde com consciência. 

Jorge Figueiredo

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